Brasil

Nova regra da União Europeia pode dificultar exportações brasileiras

Produtores brasileiros têm condições de cumprir exigências da nova lei europeia contra o desmatamento, mas as divergências com a lei nacional podem dificultar mudanças. Esse é o entendimento tanto de pesquisadores sobre Amazônia quanto de órgãos que representam produtores rurais. 

Aprovada nesta semana pelo Parlamento Europeu, a nova lei obriga que os produtos de sete cadeias (bovino, cacau, café, óleo de palma, couro, soja e madeira) tenham comprovação que não sejam de áreas desmatadas a partir de 2021.  

De acordo com Olivia Zerbini, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, a nova lei europeia afeta diretamente os produtos vendidos pelo Brasil.  

Os órgãos europeus vão classificar o nível do país exportador quanto a possibilidade de cumprimento das novas exigências, conforme explica Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da CNA, Confederação da Agricultura e Pecuária. 

Já a Aprosoja, Associação Brasileira dos Produtores de Soja, considera a nova legislação um “protecionismo comercial disfarçado de preocupação ambiental”. A entidade faz uma crítica à comparação entre a “conversão de uso do solo permitido em lei” ao “desmatamento ilegal, que já é punido pela legislação ambiental brasileira”.  

Na prática, o produtor terá que modificar a produção conforme as regras dos países que compram.  

Olivia Zerbini, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, considera que a nova legislação cria muitas possibilidades. Há o risco de o bioma amazônico ser protegido e o cultivo avançar pelo Cerrado. Ou os produtores dispensariam os europeus e se concentrariam em mercados menos exigentes, como China e Estados Unidos; mas também pode ser uma oportunidade para o Brasil expandir a produção de commodities mais sustentáveis, como explica a pesquisadora. 

Os Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente ainda não comentaram a nova legislação europeia. 

Edson Araújo

Edson Araújo é jornalista DRT/ME - 006887/BA e desempenha a função de redator colaborador/correspondente do estado da Bahia para o Portal Notícias do Vale. Trabalha como Assessor de Comunicação, sendo redator e repórter. É comentarista e repórter do Programa Fala Povão e âncora do Jornal do Meio Dia, ambos transmitidos pela radiodifusora Tropical FM 93,1 que pertence ao grupo Rede Sul Bahia de Comunicação. Cursa História pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB. É membro de dois centros de pesquisa, o Centro de Estudos e Pesquisas Intercultural e da Temática Indígena - CEPITI vinculado à UNEB e o Núcleo de Estudos em Transculturação, Identidade e Reconhecimento – NETIR vinculado à Universidade Federal do Espírito Santo – UFES e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPQ. Educador e jornalista apaixonado pelo poder de transformar vidas e a nossa sociedade através da educação e comunicação. Atualmente ministra aulas de Ciências, Geografia e História na educação básica na rede pública de ensino, sempre acreditando no poder transformador que o aprendizado proporciona. Pautando sempre o protagonismo do estudante onde trabalha à liberdade e a empatia, acreditando em um ensino de qualidade que formam indivíduos conscientes, capazes de ler o mundo e transformá-lo. Em uma sociedade tão dinâmica, em que a todo momento surgem novidades e novas demandas, a educação e a comunicação se faz fundamental para o desenvolvimento humano, já que diz respeito ao ato de formar cidadãos preparados para viver e acompanhar essas mudanças.

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